Rodrigo Maia afirma que reforma administrativa será prioridade no ano que vem

Presidente da Câmara disse ainda que entregará texto independentemente da proposta do governo.

Redação
11/12/2019

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ),  afirmou, nessa segunda-feira, dia 9, ao participar das gravações do podcast para o jornal “O Globo”, que vai entregar, no próximo ano, uma proposta de reforma administrativa, sem depender de iniciativa do governo. Maia também abordou o tema em entrevista à Record TV. “Independente da proposta do governo, a gente vai ter a nossa, para enxugar isso [carreiras do funcionalismo], construir novas carreiras com o salário inicial mais baixo para chegar ao teto ao longo de 20 ou 25 anos. Porque não dá mais para isso acontecer da noite para o dia como é hoje nos três poderes”.

Maia justificou que só não entregou a proposta ainda porque está discutindo a legalidade de legislar sobre a estrutura do Executivo e Judiciário. “Tenho conversado com a ministra Cármen Lúcia [do Supremo Tribunal Federal] porque tem uma dúvida constitucional, no caso de tratar da carreira de outro poder, se posso usar uma emenda constitucional de parlamentar. Uma parte dos ministros diz que não posso e a outra [parte], até por casos já julgados, diz que posso. Independente do governo eu acho que a gente pode avançar nesse tema”, disse.

Ele ponderou, no entanto, que o melhor seria harmonizar a reforma entre os três poderes, que apoiariam as mudanças conjuntamente. Nesse sentido, convocou o governo a encaminhar seu pacote e o Judiciário a “vir junto”.

“A reforma administrativa reduz a desigualdade porque, hoje, os recursos estão concentrados na atividade meio e não há recursos para investimento. Em 1993, o Brasil tinha uma capacidade de investimento de 30% do orçamento. Nossa capacidade de investir hoje é de 2% [do orçamento], mas, na verdade, é negativa porque você tem déficit”, afirmou.

Na visão do deputado, fala-se muito na possibilidade de protestos de rua, como os que têm acontecido no Chile. Para ele, o meio de evitar que o Brasil caminhe para isso é, justamente, reorganizando o orçamento para reduzir desigualdades. Para tanto, disse, um primeiro passo já foi dado com a reforma da Previdência – e seguirá, agora, com a reforma administrativa. “Na Câmara existem 4 mil funções, até para colocar o broche tem uma pessoa”, reclamou.

Para ler a notícia no Valor, clique aqui
Para ver a entrevista a Record TV, clique aqui.