Para o deputado federal, a ineficácia em serviços públicos é mais presente em cargos ocupados por indicação política
Correio Braziliense
14/09/2020
A reforma administrativa apresentada pelo governo pode acabar com a estabilidade de diversas áreas do funcionalismo público. Diante disso, há quem defenda que a proposta tem potencial para piorar a qualidade do serviço público. É o caso do deputado federal Professor Israel (PV-DF). Em entrevista ao CB.Poder — uma realização do Correio Braziliense e da TV Brasília —, nesta segunda-feira (14/9), o parlamentar se posicionou contra a reforma e defendeu que a avaliação dos servidores seja feita de forma isenta.
“O servidor tem estabilidade para se manter imune a certas pressões, mas, ao mesmo tempo, abre mão de ter um salário alto na iniciativa privada. Porém, com a estabilidade, vai dedicar a vida ao serviço público. Na iniciativa privada, você pode aumentar ou diminuir salários. Já no serviço público, você passa no concurso, faz os cursos dentro da sua carreira e tem um limite de até onde pode subir. Esse é o preço da estabilidade”, comentou.
Ele falou também que a proposta de reforma administrativa desestrutura o estado brasileiro e o deixa como um “saco vazio”. O deputado alegou que outros países, como a Holanda, adotaram medidas parecidas e decidiram voltar atrás. “É algo que tira o poder do Estado. De que adianta economizar se os serviços públicos ficam prejudicados? […] Essa reforma desconsidera aspectos da Constituição e da história. A gente não pode elogiar uma reforma que economiza cortando de servidores”, defendeu.
De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a reforma administrativa pode render uma economia de até R$ 816 bilhões. A proposta apresentada pelo governo no último mês prevê congelamento de salários e fim da estabilidade de servidores em várias áreas. Israel afirma que vê o resultado com naturalidade, pois uma reforma com foco em redução de custos deve atingir esse resultado.
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