Ministro Luís Roberto Barroso fez balanço das principais ações da Corte durante o recesso forense para garantir eleições seguras a mesários e eleitores
TSE
03/08/2020
Na sessão plenária extraordinária desta segunda-feira (3), que abriu o segundo semestre forense de 2020 no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, fez um balanço da atuação e das ações promovidas pelo Tribunal no mês de julho, durante o recesso do Judiciário.
Quanto à promulgação da Emenda Constitucional nº 107/2020 – que adiou as Eleições Municipais de 2020 para os dias 15 e 29 de novembro –, Barroso destacou a cooperação das casas do Congresso Nacional para que a situação extraordinária de um pleito em tempos de pandemia pudesse ser adequadamente solucionada.
“Eu gostaria de exaltar a contribuição e a liderança do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que conseguiram, em tempo bastante exíguo, superar inúmeras resistências para que esse adiamento, que os médicos que consultamos consideravam indispensável, pudesse ser concretizado”, disse.
Barroso também abordou a questão da segurança sanitária nos dias de votação, de modo a impedir que a realização das eleições sirva de vetor de propagação do novo coronavírus entre mesários e eleitores. Para isso, destacou a criação da consultoria sanitária buscada pelo TSE junto à fundação Fiocruz e aos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein.
Segundo o ministro, representantes dessas instituições, em reuniões semanais, vêm orientando o Tribunal a desenvolver um protocolo de segurança para as eleições. Eles também têm auxiliado na indicação e quantificação dos materiais que serão necessários para realizar o pleito sem risco à saúde da população.
“O objetivo é proporcionar o mais alto grau de segurança possível para os eleitores, mesários e demais colaboradores da Justiça Eleitoral diante do cenário de contágio”, explicou.
O ministro salientou que, por indicação da consultoria, haverá a necessidade de adquirir equipamentos de segurança para os mesários, como as proteções do tipo faceshield, máscaras com três camadas e álcool em gel. Também será necessário providenciar marcadores adesivos para indicar, no chão das seções eleitorais, o distanciamento social, além de outros materiais.
Para se conseguir o material extra, Barroso apontou que, tendo em vista a crise fiscal pela qual o país passa atualmente, será necessário buscar doações da iniciativa privada. Ele revelou que o TSE já vem sendo procurado por entidades que estão interessadas em contribuir para a realização de eleições seguras este ano. “Vamos abrir espaço sobretudo para entidades de classe ou federações que queiram contribuir, porque a quantidade de materiais é relevante”, adiantou.
Além disso, o ministro ressaltou que, para o pleito de 2020, a identificação biométrica dos eleitores está suspensa, tanto por questões de higiene, quanto em razão da logística, para evitar a formação de filas e a aglomeração de pessoas.
De acordo com o presidente do TSE, estão sendo feitos também estudos estatísticos e matemáticos pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), em conjunto com a Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), sob a supervisão do Comitê de Monitoramento das Eleições 2020 do TSE. O objetivo é definir o melhor horário e a melhor duração do período de votação, a fim de evitar aglomerações nas seções eleitorais.
O presidente do TSE informou ainda que, durante o mês de julho, foram realizados testes na urna eletrônica e no sistema eletrônico de votação, já previstos no calendário eleitoral. “A [Secretaria de] Tecnologia da Informação me assegura que nós estamos em dia com os nossos testes, mesmo sem a possibilidade de realizá-los presencialmente”, frisou.
O Grupo de Trabalho Normas Eleitorais, de acordo com o ministro, foi reativado por portaria para adaptar as 11 resoluções que normatizam as Eleições Municipais de 2020 às novas datas do calendário eleitoral. Ele adiantou que, em breve, essas resoluções adaptadas serão trazidas ao Plenário do TSE para que as novas datas sejam analisadas pelos ministros.
Campanha
Barroso anunciou também que a campanha nacional de convocação de mesários, protagonizada pelo médico Dráuzio Varela, começa a ser veiculada no dia 18 de agosto. A ideia é que a ação estimule voluntários, mostrando que o processo será feito sob um rígido protocolo de proteção sanitária.
O presidente do TSE ainda informou que a Corte recebeu, durante o mês de julho, sugestões de entidades da sociedade civil para a adaptação do processo eleitoral à pandemia da Covid-19. O relatório dessas sugestões, segundo Luís Roberto Barroso, será divulgado no dia 7 de agosto.
Por fim, o ministro informou que a licitação para aquisição de novas urnas eletrônicas foi homologada em julho, e que o projeto da Identificação Civil Nacional (ICN) vem avançando “com a interligação e expansão dos bancos de dados biométricos dos brasileiros”.
Sessão administrativa
Na sessão administrativa que inaugurou o segundo semestre forense, o Plenário do TSE examinou cinco listas tríplices de candidatos a vagas de juízes efetivos ou substitutos em Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), na classe dos advogados.
Os ministros aprovaram três listas de indicados para o preenchimento de vagas nos TREs do Rio de Janeiro, do Rio Grande do Norte e do Pará. As listas tríplices serão encaminhadas agora para a Presidência da República, para a nomeação dos advogados que comporão os Tribunais Regionais.
O TSE também determinou a devolução de lista tríplice ao TRE de Rondônia, para que fosse substituído um dos candidatos, e rejeitou um pedido de reconsideração em lista tríplice para preenchimento de vaga no TRE de Goiás.
IC, RG/LC
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