Segundo as novas normas, o funcionário deve ficar disponível por telefone, responder e-mails e comparecer presencialmente sempre que solicitado
Correio Braziliense
01/09/2020
Nesta terça-feira (1º/9), entraram em vigor as novas regras do teletrabalho na administração pública federal. Segundo as novas normas, o funcionário deve ficar disponível por telefone, responder e-mails e comparecer presencialmente sempre que solicitado. O servidor só poderá optar pelo teletrabalho se sua função puder ser adaptada a essa modalidade.
Para Juliana Legentil, mestre em desenho do teletrabalho, as vantagens da modalidade aos cofres públicos são inúmeras. “Mesmo antes da pandemia alguns órgãos já experimentaram redução de custos com água, luz, telefone, materiais de escritório e auxílio transporte. Durante a pandemia, essa economia tornou-se ainda mais evidente diante da adoção em massa da modalidade. As viagens deixaram de ser a regra e a adoção de ferramentas de conferência remota ocupou um lugar de destaque. Alguns órgãos chegam a cogitar a utilização mais racional de seus espaços físicos, podendo migrar equipes que permanecerão em regime presencial ou em teletrabalho parcial para espaços menores. A adoção do trabalho remoto, antes e durante a pandemia, mostrou que é possível assegurar a produtividade mesmo sem a tradicional supervisão visual do gestor. O trabalho remoto é orientado para o resultado e baseia-se na confiança”, esclarece.
Segundo Juliana, a pandemia desmistificou algumas concepções equivocadas e seus efeitos positivos também alcançam a sociedade, na medida em que a mobilidade urbana melhora e o nível de poluição atmosférica reduz. “No nível do indivíduo as pesquisas já apontavam aspectos muito positivos decorrentes da flexibilidade para organizar a própria rotina, como a percepção de maior qualidade de vida e bem-estar, de conciliação trabalho-família, de maior concentração durante o desenvolvimento do trabalho e de maior satisfação”.
Já as desvantagens, Juliana explica que, em pesquisas realizadas antes da pandemia, os servidores e os gestores nos relataram desafios que se tornaram ainda mais latentes meses depois. “Para os servidores as preocupações giravam em torno da infraestrutura tecnológica (velocidade da internet e disponibilidade de acesso remoto aos sistemas) e da separação tênue entre as demandas de trabalho e familiares. O conjunto de desafios indicado pelos gestores era bem mais amplo. Desde a definição de metas e monitoramento dos resultados, à integração da equipe”.
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