Artigo do jornalista e economista José Paulo Kupfer aponta que Estados não quebram. Se a arrecadação de tributos não cobre o total de gastos, podem recorrer ao endividamento público para atender a despesas consideradas imprescindíveis.

Anajus Notícias
15/05/2020

Bastante oportuno o artigo do jornalista e economista José Paulo Kupfer, publicado no portal UOL, ao rebater as declarações feitas nessa quinta-feira, 14, pelo presidente Jair Bolsonaro, de que “Vai faltar dinheiro para pagar servidor público. E ainda tem servidor, alguns, achando que tem a possibilidade de ter aumento este ano ou ano que vem. Não tem cabimento, não tem dinheiro”.

E mostra a razão de suas críticas ao que considerou como nova bravata do chefe do Executivo. “Apesar das ameaças sacadas volta e meia por governantes e políticos que não querem
aumentar os gastos públicos, Estados não quebram e, a rigor, a eles jamais faltarão recursos. Se a arrecadação de tributos não cobre o total de gastos, Estados podem recorrer ao endividamento público para atender a despesas consideradas imprescindíveis”.

Segundo o articulista, o contexto dessa declaração deve ser inserido na briga com governadores e prefeitos em  relação às medidas de isolamento social decorrentes da propagação do contágio e das mortes causadas pela Covid-19. “O presidente pode até querer suspender ou reduzir os salários dos servidores federais. Resta saber se conseguirá, sem combinar com os demais Poderes da República. De qualquer maneira, é certeza certíssima de que não faltaria dinheiro para cumprir a folha de pagamento do funcionalismo federal”, acrescentou.

Pobre de longa data

Kupfer sustenta que também pode ser incluída naquele grupo das afirmações sem base, a declaração de Bolsonaro segundo a qual “o Brasil está virando um país de pobres”. “O presidente não
apresentou nenhum dado para sustentar o que disse, mas os dados mostram que o Brasil é um país pobre de longa data”.

Mostra os seguintes dados: “Pelo menos metade dos cidadãos brasileiros, nos dias de hoje, vive com renda média per capita de R$ 413 mensais, nem 40% do salário mínimo. Já o grupo dos 30% mais pobres, cerca de 60 milhões de pessoas, sobrevive com renda mensal de R$ 269”.

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