Sistema faz, em 15 dias, trabalho que 11 servidores levariam mais de um ano para concluir. ‘Elis’ foi desenvolvida por uma equipe do TJPE
G1
04/05/2019
A tecnologia da inteligência artificial pode ajudar a Justiça a diminuir o tempo de análise e julgamento dos processos que se acumulam nos tribunais. Em Pernambuco, um programa é usado para diminuir para 15 dias o trabalho que 11 servidores levariam mais de um ano para concluir.
No Recife, por exemplo, há quase 447 mil processos de Execução Fiscal acumulados, nos quais a prefeitura tenta cobrar dos contribuintes uma dívida de R$ 5 bilhões em Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana ou Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e Imposto Sobre Serviço (ISS).
Para agilizar a conclusão dos processos, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) buscou a ajuda da tecnologia. Os técnicos criaram um sistema que foi batizado de “Elis”. A ferramenta tem acelerado o trabalho repetitivo e demorado da triagem inicial dos processos.
Segundo a juíza Ana Luiza Câmara, coordenadora da governança das Execuções Fiscais em Pernambuco, a tecnologia é eficaz por se tratar de um trabalho repetitivo.
“Ela poupa o servidor e o magistrado de fazerem um trabalho repetitivo, muitas vezes até automatizado mesmo. Ela já faz a triagem, seleciona e assina automaticamente. Isso permite que o servidor se dedique a atividades mais desafiadoras dentro do Judiciário. É uma excelente ferramenta de auxílio e ajuda”, afirma a juíza.
“Elis” confere, de forma acelerada, os documentos, datas e dados dos processos e faz o encaminhamento para os juízes. Em 15 dias, a ferramenta conseguiu dar andamento a 70 mil processos.
Segundo a secretária de Tecnologia da Informação e Comunicação do TJPE, Juliana Neiva, a ideia, agora, é dar mais atribuições a “Elis”. Ela vai descobrir, por exemplo, se devedores processados têm bens que podem ser penhorados e contas em bancos que possam ser bloqueadas.
“Hoje, cada magistrado precisa ficar entrando no sistema que existe no Banco Central e realizar o bloqueio. É uma tarefa extremamente repetitiva, que demanda tempo do magistrado, do servidor, e que vai ser automatizada também”, afirma.
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