Guedes confirma que servidores não terão aumento neste ano

Durante fórum, ministro da Economia disse que “logo ali em frente” será possível conceder um reajuste “para todo mundo”

METRÓPOLES
MAYARA OLIVEIRA – 09/06/2022

O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu nesta quinta-feira (9/6) que o governo federal não dará aumento para o funcionalismo público neste ano, mas que “logo” será possível conceder um reajuste “para todo mundo”.

A declaração foi feita durante a 2ª edição do Fórum da Cadeia Nacional de Abastecimento, promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

O próprio presidente Jair Bolsonaro (PL) já havia dito, nesta semana, que “ao que tudo indicava” o aumento salarial para servidores não seria possível em 2022. Em março, as alas política e econômica do governo concordaram em conceder reajuste linear de 5% para todos os servidores federais – ao custo de R$ 6,3 bilhões só neste ano.

Desde o início do ano, o governo estuda uma maneira de conceder um reajuste aos servidores. Os pedidos de reestruturação de algumas categorias geraram empecilhos adicionais ao governo. O prazo para uma definição vai até o início de julho.

“O governo federal não conseguiu dar aumento de salários, mas reduziu impostos para 200 milhões de brasileiros, ao invés de ajudar só o funcionalismo, que ajudou nessa guerra. Logo ali na frente, vai ter aumento para todo mundo, vamos fazer reforma administrativa”, afirmou Guedes.

Entenda

Em janeiro, Bolsonaro sancionou, com vetos, o Orçamento de 2022. De acordo com a publicação, o chefe do Executivo federal concederia reajustes salariais a servidores públicos. A iniciativa custaria R$ 1,7 bilhão.

A peça orçamentária, contudo, não definiu em seu texto quais categorias seriam beneficiadas ou como os recursos deveriam ser aplicados.

Categorias como as de servidores do Banco Central, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP) e a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) já mobilizaram movimentos para pressionar o governo.

A ideia inicial do governo era direcionar os recursos para agentes da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). A equipe econômica, na época, manifestou-se contra a medida, sob o argumento de que a concessão de reajuste poderia gerar pressões de outros setores do funcionalismo.

Foi exatamente o que aconteceu. Com a expectativa de que apenas forças policiais recebessem o montante, outras categorias reagiram, o que levou o governo a temer greve geral em pleno ano eleitoral, quando o presidente Jair Bolsonaro tentará mais quatro anos à frente do Planalto.

Categorias como as de servidores do Banco Central, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP) e a Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF) já mobilizaram movimentos para pressionar o governo.