ENTREVISTA EXCLUSIVA

Conheça a história da Tatiana: Aprovada no concurso do STJ – Analista Judiciária, Área Judiciária.

Após mais de 20 anos de dedicação como técnica judiciária no Superior Tribunal de Justiça, Tatiana Lazar Meyer Soares conquistou, em 2024, a tão sonhada aprovação para o cargo de Analista Judiciária – Área Judiciária, no mesmo tribunal onde iniciou sua trajetória. A aprovação no concurso do STJ não representa apenas uma nova etapa profissional, mas a concretização de um desejo pessoal cultivado desde 2004, quando decidiu não prestar o concurso de analista e passou a carregar esse arrependimento por anos. Entre família, trabalho e estudos intensos feitos em pequenos intervalos do dia, Tatiana alcançou a 67ª colocação na ampla concorrência e agora aguarda com expectativa a sanção do PL 4303/2024 para tomar posse. Em entrevista à ANAJUS, ela compartilha os desafios da preparação, o orgulho por fazer parte do STJ e a importância de entidades que representam os analistas na luta por valorização e reconhecimento.

ANAJUS – Como surgiu o seu interesse pelo cargo de analista judiciário? O que mais te atrai nessa carreira?

Tatiana – Já sou servidora do STJ, técnica desde 2004. Foi meu primeiro concurso, tinha acabado de me formar em ciências contábeis (concluí o curso em 2003). Como era a primeira vez, resolvi nem tentar o de analista (coisa de que me arrependo até hoje…) e focar no de técnico. Bom, deu certo, né?!… mas carreguei esse arrependimento por todos esses anos…

Na época também era recém-casada, então, depois que tomei posse e entrei em exercício, passei a me dedicar ao meu casamento, não pensei mais em concurso, afinal a carga tinha sido bem pesada! Daí para frente, engravidei do meu primeiro filho e depois do segundo. Mantive os estudos, mas como hobby. Fiz uma pós-graduação e depois, já tendo cargo de chefia no STJ e estando completamente apaixonada pela carreira e pelo Tribunal, resolvi fazer a segunda graduação, em Direito. Após, estudei para o exame da OAB e fiz mais uma pós-graduação. Mas o sentimento de arrependimento, de sequer ter tentado o concurso de analista, permaneceu.

Seguir na carreira de analista, especialmente sendo na mesma Casa em que iniciei a minha vida profissional, vai acabar com uma cobrança pessoal que carrego há anos!

ANAJUS – Quanto tempo você se preparou até alcançar essa aprovação e qual foi sua rotina de estudos?

Tatiana – Em 2023 resolvi voltar a estudar para concurso, de forma mais leve, sem tanta pressão, sem pressa, sem um cargo específico em mente, afinal, já acumulava muitas atividades (casa, filhos, marido, academia, cargo de assessoria…). Além disso, a cabeça, depois dos 40 anos, já não é mais a mesma… E assim fui levando. O pessoal da minha sala também estava estudando para o concurso do STJ e isso me ajudou a manter o foco! Fazíamos encontros aos sábados para resolver e discutir provas de certames anteriores.

Com o dia a dia tão corrido, estudava com fone de ouvido enquanto fazia as atividades domésticas, pois há alguns anos não tenho ajuda em casa. Dirigia ouvindo vídeo aulas! Antes de dormir, ficava ouvindo também! Todo momento livre era uma brecha para estudar, eu não tinha muito tempo! Nos finais de semana, eu conseguia focar mais na resolução de questões.

Quando saiu o edital do STJ, em 2024, foquei! Fui fazer a prova super nervosa e com a sensação de não ter estudado o suficiente, claro! Saí de lá mal, muito mal; a prova havia sido muito difícil!!! Quando conferi o gabarito e vi que tinha feito algo em torno de 60% da prova, até deixei de lado… mas lembro bem, no dia 10 de janeiro, quando saiu o resultado preliminar. Eu já havia colocado na cabeça que nem iria olhar o resultado! Mas um colega de trabalho que também havia feito o concurso mandou mensagem logo cedo me parabenizando como “futura analista do STJ”. Eu havia ficado em 56º!!! Achei que ele tinha olhado errado. Fui conferir no site do Cebraspe e não havia nenhum resultado lá… mas logo ele me falou que havia visto diretamente no DOU. Chorei horrores! Liguei para o meu marido chorando; ele se assustou! Meus filhos estavam em casa dormindo; fui acordá-los aos prantos! O mais novo falou: “nossa, achei que alguém tinha morrido”…

Foi uma sensação maravilhosa, recompensadora! E agora sigo na expectativa da nomeação! Após os recursos, caí para 67º, mas acredito que devo ser chamada em breve, se Deus quiser!

ANAJUS – Como você avalia o equilíbrio entre as contratações e as necessidades da atividade-fim do tribunal?

Tatiana – Como servidora do STJ há mais de 21 anos, posso afirmar: o tribunal precisa de servidores da área-fim para garantir a eficiência, a celeridade e a qualidade da prestação jurisdicional. Não é à toa que diversos juízes têm sido chamados para ajudar a diminuir o acervo de processos de gabinetes da área penal.

O STJ tem um papel importantíssimo no sistema judiciário brasileiro, sendo responsável por uniformizar a interpretação da legislação federal e julgar demandas de alta complexidade. A cada ano que passa, a quantidade de processos distribuídos na Corte cresce e a quantidade de servidores não segue o mesmo ritmo! Diversos setores estão com a lotação bem aquém da ideal.

Assim, para que a atividade-fim do tribunal se desenvolva da forma adequada, é imprescindível que o quadro de servidores – especialmente os ocupantes dos cargos de analista judiciário da área judiciária – esteja completo e proporcional ao volume de trabalho e às demandas crescentes.

ANAJUS – Como conheceu a ANAJUS? E de que forma acompanhou a atuação da associação durante esse processo?

Tatiana – Já conhecia há algum tempo, mas, por ser técnica, não tenho grandes conhecimentos sobre a Associação. Passei a acompanhar mais a ANAJUS pelo grupo dos aprovados e percebo que sua atuação tem se dado de forma bastante ativa, em busca da valorização da categoria e da melhora da prestação jurisdicional.

A atuação da entidade, por meio de diversos diálogos com parlamentares, também foi fundamental na aprovação do PL n. 4.303/2024, que transforma cargos vagos de técnico judiciário do STJ em cargos de analista judiciário.

ANAJUS – Na sua visão, qual a importância de ter uma entidade como a ANAJUS, que atua na defesa da carreira e dos direitos dos analistas judiciários?

Tatiana – Ter uma Associação que atua na defesa da carreira e dos direitos da categoria é imprescindível, pois funciona como uma voz coletiva dos servidores. Por meio dela, há diálogo com a administração do Tribunal, com o Congresso Nacional e com os demais órgãos de poder para garantir, por exemplo, valorização da carreira; condições adequadas de trabalho; respeito às prerrogativas e atribuições do cargo; e participação nas discussões que impactam diretamente a categoria.

ANAJUS – Qual conselho você deixa para quem está se preparando para o concurso ou sonha em seguir o mesmo caminho que você trilhou?

Tatiana – Constância é a palavra-chave! Não espere condições ideais para iniciar os estudos, faça o que pode com aquilo que tem a sua disposição. Não desista, persista! Um pouquinho de estudo TODOS os dias faz toda a diferença!

*Publicação autorizada pela entrevistada.

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