ENTREVISTA EXCLUSIVA: Conheça a história da Eduarda – aprovada no STJ para Analista Judiciária, Área Judiciária

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Conheça a história da Eduarda: Aprovada no concurso do STJ – Analista Judiciária, Área Judiciária.

Determinada a mudar sua realidade, Eduarda Sousa Ferreira transformou uma infância marcada por dificuldades em combustível para uma jornada de superação e conquista. Mesmo sem apoio financeiro ou cursinhos preparatórios, ela se dedicou por dois anos intensos aos estudos — apenas com lei seca, questões e conteúdos gratuitos da internet. Agora, classificada em 28º lugar no concurso para Analista Judiciária – Área Judiciária do STJ. Nesta entrevista à ANAJUS, Eduarda compartilha os desafios vividos, o esforço incansável para chegar até aqui e a importância da valorização dos analistas no Poder Judiciário.

ANAJUS – Como surgiu o seu interesse pelo cargo de analista judiciário? O que mais te atrai nessa carreira?

Eduarda – Vim de uma infância e adolescência extremamente carentes. Durante o ensino médio, sequer tinha perspectivas de fazer uma faculdade, e na minha família ninguém havia terminado o ensino médio. Mesmo assim, nunca desisti de estudar e mudar a minha realidade. Fui bolsista do Prouni, mas por vezes pensei em desistir da faculdade por não conseguir sequer comprar lanches ou almoçar durante as horas de aula e deslocamento. Apesar disso, após ingressar em um estágio no TJDFT e conhecer de perto o que um Analista Judiciário Federal fazia e os benefícios da carreira, tais como remuneração, reconhecimento profissional e possibilidade de crescimento, decidi estudar para concurso público e foquei no concurso do STJ dois anos antes da abertura do edital.

ANAJUS – Quanto tempo você se preparou até alcançar essa aprovação e qual foi sua rotina de estudos?

Eduarda – Foram dois anos intensos de estudos, de domingo a domingo, entre setembro de 2022 e dezembro de 2024, sem cursinhos ou qualquer tipo de apoio financeiro ou até mesmo moral, utilizando apenas a leitura da lei seca e resolução de questões, e, eventualmente, materiais e aulas gratuitas disponíveis na internet. Saber que fui aprovada ainda hoje parece um sonho.

ANAJUS – Como você avalia o equilíbrio entre as contratações e as necessidades da atividade-fim do tribunal?

Eduarda – O PL nº 4.303/2024 se mostra como um vislumbre para uma vida que jamais imaginei viver. Além disso, como amplamente divulgado, o acervo de processos do STJ tem aumentado significativamente, sendo extremamente necessário que o tribunal invista na contratação de servidores para a área-fim (AJAJ), visando a resolução efetiva dos processos, a prestação adequada da atividade jurisdicional e o combate à morosidade da Justiça.

ANAJUS – Como conheceu a ANAJUS? E de que forma acompanhou a atuação da associação durante esse processo?

Eduarda – Conheci a ANAJUS por meio da comissão de aprovados do concurso do STJ. A atuação ativa e eficiente da associação em prol da aprovação do PL 4.303/2024 foi amplamente divulgada.

ANAJUS – Na sua visão, qual a importância de ter uma entidade como a ANAJUS, que atua na defesa da carreira e dos direitos dos analistas judiciários?

Eduarda – É de extrema importância contar com uma entidade que zela pela valorização da carreira e pelos interesses dos analistas judiciários, tanto os já empossados quanto os que aguardam nomeação em concursos públicos, especialmente diante de eventuais arbitrariedades e interesses políticos que possam comprometer o desenvolvimento da carreira

ANAJUS – Qual conselho você deixa para quem está se preparando para o concurso ou sonha em seguir o mesmo caminho que você trilhou?

Eduarda – O estudo edifica. A única concorrência que você deve temer é a da sua própria mente.