Audiência pública será realizada com representantes do governo a dar explicações sobre o congelamento de salários há três anos; protesto marca a retomada dos trabalhos legislativos com a previsão de greve geral em março
Anajus Notícias
2/2/2022
Após realizar em Brasília nesta quarta-feira (2) mais um protesto em defesa da recomposição salarial de 20%, líderes de entidades de servidores públicos federais anunciaram que irão levar para o Congresso Nacional o debate sobre a melhoria dos vencimentos. Destacam que já enfrentam três anos sem reajuste nem resposta do governo às reivindicações da categoria.
Essa foi a justificativa apresentada pelo deputado Rogério Correia (PT-MG), um dos coordenadores da Frente Parlamentar Mista do Serviço Público, para pedir a realização de audiência pública sobre o tema, de forma a compensar o silêncio do Executivo sobre a pauta da categoria acerca do reajuste linear emergencial.
O anúncio da audiência, ainda sem data prevista, faz parte das ações programadas para a continuidade do movimento lançado no dia 18 de janeiro com protesto e paralisação. O pedido foi encaminhado à Comissão de Trabalho, Administração e Serviços Públicos ( CTASP), da Câmara dos Deputados, com o alerta de que a desatenção do governo ao pleito dos servidores estimula a necessidade de greve geral prevista para 9 de março.
“O Ministério da Economia e mesmo a Casa Civil da Presidência da República não manifestam qualquer intenção de atender a demanda, nem tampouco estabelecer processo de negociação, em que pese haver previsão orçamentária para a promoção do ajuste remuneratório demandado”, destacou Correia.
De acordo com a proposta, devem participar da audiência dois representantes do Ministério da Economia. Um da Gestão de Desempenho de Pessoal (SGP) e o outro da Secretaria de Orçamento Federal (SOF). Também serão convidados representantes do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate),
e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos e Socioeconômicos (Dieese).
“Negocia Já!”
Com o propósito de evitar concentração de pessoas em desrespeito às recomendações sanitárias em tempo de aumento das contaminações por Covid-19, o protesto reuniu dezenas de manifestantes em uma caminhada do Espaço do Servidor, na Esplanada dos Ministérios, até a Praça dos Três Poderes.
Além de Brasília, houve manifestações em varias capitais com atividades previstas em agenda de mobilização organizada pelo movimento, a exemplo da soltura de balões com a faixa “Negocia Já!” em frente a órgãos públicos, pleiteando aumento linear para todos os segmentos do funcionalismo e não apenas para os servidores das forças de segurança, como havia sido anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro.
O Fonasefe e a Fonacate solicitaram no dia 18 de janeiro a implementação de uma mesa de negociação com os representantes dos Três Poderes – da Casa Civil, ministro Ciro Nogueira; do presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz Fux,
Calendário de atividades:
7 a 11/2 – Rodada de plenárias estaduais e atividades virtuais “Reposição emergencial para todas e todos: 19,99% já!
14 a 25/2 – Jornada de Luta em estado de greve;
9/3 – Greve Nacional dos(as) servidores(as) Federais.