Em geral, os debates sobre assédio nas instituições públicas e privadas giram em torno do assédio moral vertical descendente — quando um superior hierárquico abusa de seu poder para constranger ou desestabilizar subordinados. No entanto, pouco se fala sobre o assédio ascendente: uma forma silenciosa, mas real, de violência organizacional, em que chefes e coordenadores tornam-se alvo de ações orquestradas por subordinados, que visam sua desestabilização emocional e/ou profissional.

A ANAJUS recebeu recentemente o relato de uma associada que compartilhou sua experiência com esse tipo de situação. Ela descreveu episódios de cochichos constantes, risadas mal disfarçadas e um ambiente passivo-agressivo criado por dois subordinados que, segundo ela, buscavam desestabilizá-la para disputar sua função comissionada. Casos assim, infelizmente, não são isolados.

O que é assédio ascendente?

O assédio ascendente se caracteriza por ações ou omissões deliberadas por parte de subordinados que têm como objetivo prejudicar o trabalho, a imagem ou a estabilidade emocional de seus superiores imediatos. As motivações variam: rivalidade por cargos, ressentimento com decisões de gestão ou mesmo disputas de poder dentro do setor.

Entre as formas mais comuns de assédio ascendente estão:

  • Boicote de tarefas ou entrega deliberada de trabalhos com erros;
  • Disseminação de insinuações maldosas;
  • Formação de “panelinhas” para isolar a chefia;
  • Desrespeito sutil, mas recorrente, às ordens ou diretrizes do chefe;
  • Tentativas constantes de deslegitimar a autoridade da chefia perante outros colegas ou superiores.

Essa dinâmica, se não identificada e enfrentada, pode comprometer a saúde mental da chefia, prejudicar o funcionamento da equipe e gerar um ambiente tóxico para todos.

O desafio no serviço público

No serviço público, onde cargos comissionados e funções gratificadas (como as FCs) são objeto de disputa constante, esse tipo de assédio pode se intensificar. A relativa estabilidade dos servidores, aliada à rotatividade de chefias e à falta de preparo de algumas lideranças, favorece o surgimento de estratégias informais de poder que, em certos casos, descambam para o assédio.

É fundamental que instituições públicas reconheçam também essa face do problema e criem canais de escuta e mediação que contemplem todos os tipos de assédio, inclusive os ascendentes.

O que fazer diante de situações assim?

A ANAJUS orienta que, caso você esteja passando por um cenário semelhante, considere as seguintes ações:

  • Registre por escrito (com datas e exemplos objetivos) os episódios vivenciados;
  • Procure a ouvidoria ou o setor de gestão de pessoas de seu órgão;
  • Avalie solicitar apoio jurídico, especialmente se houver indícios de perseguição sistemática.

A ANAJUS está ao seu lado

A ANAJUS segue atenta às múltiplas formas de assédio que afetam os Analistas Judiciários e do MPU. Em nossa assessoria jurídica, você pode encontrar apoio para avaliar o seu caso e saber como proceder.

E, se quiser que mais temas como este sejam debatidos, entre em contato conosco. A escuta dos associados segue sendo nossa principal ferramenta de atuação.

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