O ofício que embasou a decisão do presidente da República de acabar com o horário de verão defendia que o período traz “sonolência, fadiga e irritabilidade por quatro meses”. O documento foi entregue pelo deputado federal João Campos (PRB-GO).
Anajus Notícias
06/04/2019
O presidente Jair Bolsonaro assina hoje, às 11h, decreto que extingue o verão de verão, cumprindo uma promessa de campanha. A solenidade de assinatura será realizada no Palácio do Planalto, conforme a agenda inserida no site da Presidência da República.
Segundo a revista Época, o ofício que embasou a decisão de Jair Bolsonaro de acabar com o horário de verão aponta que o período traz “sonolência, fadiga e irritabilidade por quatro meses”.
O documento foi levado pelo deputado João Campos, do PRB de Goiás, a Bolsonaro no Palácio do Planalto no mês passado.
“Parcela considerável da população abomina esse período do ano, quando é obrigada a se levantar mais cedo e a conviver com a sonolência, a fadiga e a irritabilidade por quatro meses”, escreveu Campos, que emendou: “Os transtornos causados às pessoas são muito maiores que a energia economizada”.
João Campos ainda alegou que pessoas que acordam muito cedo ficam mais vulneráveis no horário de verão, porque saem às ruas antes de o sol nascer.
PESQUISA
Segundo o jornal “O Estado de Minas” , a maioria dos brasileiros concorda com a decisão do governo de Jair Bolsonaro (PSL) de acabar com o horário de verão este ano. A pesquisa de opinião pública do Paraná Pesquisas, divulgada nessa terça-feira (23), apontou que 65,7% dos brasileiros são a favor do cancelamento da mudança do fuso horário entre outubro e fevereiro. Apenas 31,1% discorda e 3,2% não sabe ou não respondeu.Continua depois da publicidade.
A suspensão do horário de verão este ano foi anunciada pela Presidência da República no início do mês. Segundo o levantamento, 63,1% da população não gostam do período em que se adianta o relógio em uma hora. Já a parcela de 32,2% gosta e 4,7% não sabem ou não responderam.
A população do Sudeste e do Sul, que abrange o maior número de estados com horário de verão, são as com maior resistência ao cancelamento. No Sudeste, 38,6% são contra a medida e, no Sul, 38,4% discordam da decisão. No Nordeste, onde não há mudança no relógio, esse percentual cai para 18,8%.
A pesquisa entrevistou 2.020 brasileiros em 164 municípios nos 26 estados e no Distrito Federal, entre 14 e 17 de abril. O grau de confiança da pesquisa é de 95%. A margem de erro varia entre 3,5% para a Região Sudeste, que concentra o número de entrevistas, até 6%, no Sul do país, com menor número de entrevistados.
ECONOMIA
A decisão de Bolsonaro em acabar com o horário de verão este ano foi baseada em um parecer do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, que aponta pouca efetividade na economia energética.
No ano passado, estudos da Secretaria de Energia Elétrica (SEE), do Ministério de Minas e Energia (MME), em parceria com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), apontaram que a medida não tem sido eficiente na economia de energia, já que os resultados alcançados foram próximos à “neutralidade”.
O horário de verão foi criado em 1931 com o intuito de economizar energia, a partir do aproveitamento de luz solar no período mais quente do ano, e tem sido aplicado no país, sem interrupção, ao longo dos últimos 35 anos.
Normalmente, o horário de verão ocorre entre outubro e fevereiro, quando os relógios devem ser adiantados em uma hora, e vigora nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.
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