O centro significativamente encolhido, como deixaram claras as massacrantes derrotas eleitorais sofridas por MDB e PSDB
Congresso em Foco
10/10/2018
Direita, e sobretudo a extrema-direita, consideravelmente mais forte. A esquerda um pouco maior na Câmara e mais ou menos do mesmo tamanho no Senado. O centro significativamente encolhido, como deixaram claras as massacrantes derrotas eleitorais sofridas por MDB e PSDB, que em conjunto perderam 38 parlamentares, considerando o atual tamanho de suas bancadas na Câmara e no Senado.
Mais mulheres, mais negros e mais deficientes. Pela primeira vez na história do país, teremos um senador assumidamente gay: Fabiano Contarato (Rede-ES), delegado da Polícia Civil que estreou na política derrotando nas urnas dois veteranos políticos que as pesquisas apontavam como favoritos. Aos 27 anos, o também capixaba Felipe Rigoni (PSB) se tornou o primeiro deficiente visual a conquistar uma cadeira na Câmara.
Veremos ainda a primeira mulher indígena a ostentar o broche de deputada federal. Joênia Wapichana (Rede-RR), que se formou em Direito para defender melhor a causa dos povos indígenas, estará sob o mesmo teto que o ex-ator pornô Alexandre Frota (PSL-SP), eleito deputado com o discurso da promoção dos valores da família que forma um dos pilares do movimento ultraconservador capitaneado por Jair Bolsonaro.
Complicado compreender um Congresso que será ao mesmo tempo mais plural, mais diversificado e mais retrógrado. Um Parlamento que abrirá espaço para lideranças que ganharam força a partir das manifestações de 2013 – como Kim Kataguiri (DEM-SP), à direita; e Tabata Amaral (PDT-SP) e Sâmia Bomfim (Psol-SP), à esquerda – e, simultaneamente, ampliará o espaço institucional do bolsonarismo.
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