Existe uma “casta de parasitas” no funcionalismo público que consome até R$ 35 bi por ano dos cofres públicos e da qual não se exige prestar concurso ou demonstrar qualquer competência para ocupar os cargos de livre nomeação, aponta material publicado no jornal “Gazeta do Povo”

Redação
19/12/2019

Artigo assinado pelo jornalista José Roberto Guzzo, mais conhecido como J.R. Guzzo, do jornal “Gazeta do Povo”, aponta que o inimigo número 1 do Brasil está em uma “casta de parasitas” encastelada no funcionalismo público e da qual mão se exige prestar concurso ou demonstrar qualquer competência para ocupar os cargos de livre nomeação.

“A vida passa, o tempo voa, os governos mudam de Lula para Bolsonaro e o Brasil continua sem saber quem são os seus inimigos reais – aqueles que funcionam como um exército de ocupação, extorquem o seu dinheiro pelas mais diversas formas que o ser humano pode imaginar e impõem, no fim das contas, uma tirania não declarada sobre toda a população do país. Ou melhor: sabe-se muito bem quem são eles, até porque estão dia e noite em todas as plataformas da mídia. Mas não há mais ânimo, nem meios, nem força para combatê-los”, aponta o articulista.

Segundo Guzzo, eles não têm, ao contrário do que se exige da imensa maioria dos servidores públicos, a obrigação de prestar concurso ou demonstrar qualquer competência para ocuparem os seus cargos. Eles são de “nomeação livre” do Poder Executivo, que os utiliza como moeda de troca para obter votos e apoio no Congresso Nacional.

“Grande parte da atividade realizada hoje pelo poder público brasileiro, talvez a maior parte, consiste na tarefa, jamais terminada, de atender essa gente – nomear, pagar, dar aumentos, apaziguar, fazer com que se reproduzam. Sua modalidade mais degenerada, provavelmente, são os cargos chamados “DAS” , uma manada que tem entre 20 mil e 25 mil pessoas só no governo federal. (Ninguém, nem com os programas de computador mais irados, sabe ao certo quantos são.)”

Em outro trecho, o autor aponta que essa “casta de parasitas” consome quantidades desconhecidas de dinheiro do Erário em salários e benefícios. O jornalista assinala que não se pode esquecer, os premiados com “funções especiais” , presentes também na área federal, e todos os que se beneficiam da usina de produzir trapaças no serviço público que funciona em tempo integral do Oiapoque ao Chuí.

“São apadrinhados de senadores e deputados que chantageiam o governo 365 dias por ano com o mesmo problema: ou vocês nomeiam quem eu estou pedindo, ou então viro oposição na hora de votar seja lá o que for. Isso é só um pedaço da tragédia. Nos níveis estaduais e municipais, a casta dos ocupantes de cargos de “livre provimento” deve andar por volta de 800 mil apaniguados. A despesa com eles, como ocorre com os demais números nessa salada, é incerta – mas tem sido calculada em alguma coisa entre R$ 30 bilhões e R$ 35 bilhões por ano”.

Assinala ainda o autor que está sendo discutida furiosamente, neste exato momento, a “liberação” de mais nomeações. Acrescenta que, depois vão lhe dizer, nas mesas redondas de especialistas, que o Brasil está diante de graves problemas de “articulação política”.

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